sexta-feira, 2 de março de 2012

Chef Tanahashi apresenta culinária espiritual Shôjin no Brasil

O chef japonês Toshio Tanahashi está na contramão da velocidade. Enquanto o mundo contemporâneo apressa-se para pegar um hambúrguer no balcão de uma loja de fast-food na hora do almoço, ele propõe uma culinária vegetariana que exige dedicação e tempo para o preparo. Tanahashi acredita que sua filosofia gastronômica pode tornar o mundo um lugar melhor e já esteve em países como Tailândia, Estados Unidos e China para divulgá-la. Nesta segunda-feira 22, chegou ao Brasil para uma estadia de uma semana.

Tanahashi, 49 anos, é professor de arte culinária na Universidade de Arte e Design de Kyoto. Ele segue e dissemina a gastronomia tradicional japonesa Shôjin, que tem seus preceitos fundamentados nos ensinamentos do budismo. A base dessa culinária são os vegetais e legumes da estação, que são preparados artesanalmente, sem a utilização de máquinas. Quanto menos industrializados os ingredientes, melhor.

“Na culinária Shôjin, é necessário ter uma relação de gratidão com os alimentos. Dependendo da forma com que eles forem preparados, podem morrer”, ensinou o chef na coletiva de imprensa realizada um dia depois de sua chegada ao País. “O Brasil é muito rico em frutas e legumes, e acho que podemos conseguir um grande avanço aqui. Não tenho a pretensão de mudar os hábitos alimentares dos povos, mas quero transmitir a importância da verdura na saúde das pessoas”, disse.

O respeito pelos ingredientes naturais, considerados dádivas da natureza por Tanahashi, reflete-se nos temperos utilizados em sua gastronomia. O sabor natural das verduras e legumes não podem ser mascarados por condimentos fortes. No lugar deles, Tanahashi utiliza temperos suaves como o missô (pasta de soja), kombo (alga marinha), gergelim e shoyu.

Qualquer dúvidas em relação ao sabor dos pratos, de temperos simples e sem carne, se desfazem ao degustar os pratos elaborados pelo chef. Em sua estadia no Brasil, Tanahashi preparou três refeições-demonstração no restaurante Kinoshita, em São Paulo. Substituindo os gostos fortes pela harmonização de diferentes aromas suaves, ele surpreendeu.

“Muitas pessoas se assustam com o fato de que a comida pode ser gostosa e satisfazer o corpo, sem a necessidade de carne”, disse, depois do almoço do dia 25. “Sei que é muito difícil, nos dias de hoje, uma pessoa dedicar-se diariamente à prática da cozinha Shôjin, mas acho que se ela fizer isso uma vez por semana, melhorará a qualidade de vida de sua família”, disse.


Reportagem retirada de:

http://madeinjapan.uol.com.br/2010/03/25/chef-tanahashi-apresenta-culinaria-espiritual-shojin-no-brasil/

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